Lei seca - Uns mais iguais que outros?
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MidiaSemMáscara.org: Moralmente Paralisados
Enquanto isso, em Brasília, nossos representantes dão mais uma prova que a impunidade reina suprema no Brasil: Deixam como seu presidente alguém como o Renan Calheiros, envolvido em diversas atividades ilícitas. Impressionante como o senado é o reflexo do povo que ele representa: Preguiçoso, sem ética nem moral, usando sempre o "Jeitinho Brasileiro" para se livrar das falcatruas, crimes e punições que deveria levar.
Editorial do Estadão: Auto-suficiência, um factóide
O anúncio de que o Brasil se tornou auto-suficiente em petróleo não era verdadeiro, mostram dados divulgados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e confirmados pela Petrobrás. Milhões de reais foram gastos em propaganda pela estatal para comemorar o factóide em 22/4, data da inauguração da Plataforma P-50, que asseguraria a auto-suficiência.
Na terça-feira, a Petrobrás anunciou que a média diária de produção do ano, até setembro, foi de 1,762 milhão de barris, inferior à estimativa de 1,88 milhão de barris/dia. "O importante é que tivemos uma produção crescente, não apenas pontualmente, mas consistentemente", disse o diretor de Exploração e Produção, Guilherme Estrella, admitindo que a meta não será atingida. Agora, ele qualifica a auto-suficiência como "estrutural".
Segundo especialistas privados, há capacidade de extração de petróleo, não usada por causa de atrasos na manutenção ou entrada em operação de plataformas.
A ANP informou que a conta petróleo foi deficitária em US$ 3,2 bilhões entre janeiro e agosto de 2006. Isto tem um custo alto. O déficit comercial de petróleo e derivados foi de US$ 1,6 bilhão em 2003, US$ 4,5 bilhões em 2004 e US$ 130 milhões em 2005. A Petrobrás previa, em abril, superávit de US$ 2 bilhões em 2006. Se o déficit de US$ 3,2 bilhões não for reduzido, a diferença entre o previsto e o realizado superará US$ 5 bilhões. Este será o valor do erro de planejamento da estatal, numa fase de altos preços internacionais.
Transferir para 2007 o resultado alardeado em 2006 não é fato corriqueiro. Trata-se ou de um equívoco técnico, ou da superavaliação da capacidade de produção ou, o que seria pior, da tentativa de criar um fato político - e como tal comemorado pelo presidente da República ao visitar a P-50, em abril.
O erro afeta a credibilidade das informações prestadas pela Petrobrás. Esta credibilidade fez com que analistas com perfil crítico, como Adriano Pires e Rafael Schechtman, do Cbie, e empresários como Luiz Gonzaga Bertelli, da Fiesp, se referissem, até junho, à auto-suficiência como um fato consumado.
Outra comemoração antecipada ocorreu em julho, quando a Petrobrás anunciou a descoberta de reservas de óleo na Bacia de Santos em áreas com mais de 8 km de profundidade. Agora o tema é tratado com realismo. Se as reservas se confirmarem e for economicamente viável explorá-las, a produção não começará antes da próxima década, diz Estrella.
Fonte: O Estado de S. Paulo , 22 de Outubro de 2006